Depois de pouco mais de dois anos morando em São Paulo, eu realmente sou sincera quando digo que fico bem sozinha. Não quer dizer que eu prefira ser sozinha, ou que escolho não ter amigos aqui, mas as circunstâncias levaram a isso de alguma forma e eu aprendi a aceitar.
A maior parte do tempo eu nem me importo, ou então nem ao menos me dou conta do fato. Não é como se ver amigas passeando e conversando pela rua me faça mal, eu vejo, mas não me afeto. Ou que sair sempre sozinha para resolver coisas, por mais banais que sejam, me incomode.
Até porque eu adquiri fones de ouvidos como ótimas companhias. Me privam do barulho da cidade, me privam até de certos pensamentos, por mais que esses venham do mundo de dentro, me deixam em paz.
Mas nem todos os dias são dias de tranquilidade. Nem todos os dias eu consigo ser feliz sozinha, nem sempre é fácil passar o dia todo sem ter alguém para andar ao meu lado e saber quem eu sou e se preocupar comigo.
E esses são os dias difíceis que eu sofro e não sei pra onde correr, porque não tenho pra quem correr. E a coisa mais simples pra amenizar tudo isso é um abraço, talvez um "Free Hugs" em plena Avenida Paulista pudesse resolver, mas um abraço vindo de alguém que eu possa chamar de "amigo(a)" faz muito mais sentido pra mim.
Hoje é um desses dias. E eu aceito qualquer um dos tipos de abraço.