domingo, 29 de setembro de 2013

Plano falível

Hoje é um daqueles dias que eu procrastino ao máximo a hora de dormir. Na verdade, a hora de deitar. Pegar no sono leva muito mais tempo nesses dias, como se nos outros já não levasse tempo suficiente.

Deitar é tortura. É tempo (demais) sozinha com tudo que tenho aqui dentro. Principalmente nesses dias que tudo se choca dentro de mim e quer sair, geralmente em forma de lágrimas. Aquelas que eu seguro com todas as forças.

Meu plano, na maioria das vezes falível, é me manter distraída, acordada, o máximo que puder. Não me importa o passar das horas, me importa recostar a cabeça quando meu corpo já não tiver mais energia para pensamentos, apenas para sucumbir ao cansaço. Nesse momento é tanto que deito e pego no sono.

 Quando falho, deito e o cansaço some. Dando espaço aos pensamentos que me deixam acordada. Que me torturam. Que me levam a acordar exausta no dia seguinte. Seja pelo cansaço, pelas poucas horas de sono, pelas horas de sonho.

Às vezes, me rendo. Depois do derramar de lágrimas o corpo se tem por satisfeito e pára de lutar, atingindo o sono que pretendia ter desde o começo.

domingo, 14 de julho de 2013

Intimidade

Eu que já fui dependente das palavras hoje me encontro completamente sem jeito com elas. É como se tivéssemos perdido intimidade.

Mas ainda assim eu quero tentar que seja como antes. Preciso despejar palavras e esvaziar meu peito. Mesmo que elas saiam confusas, soem estranhas. Eu preciso me livrar de pensamentos que só vão embora através de palavras escritas. E não me agrada que seja assim, preferia, hoje, que houvesse outra maneira. Alguma forma confortável de esvaziar a mente. 

Mas se abrir é desconforto. Assumir fraquezas e dúvidas só pode ser desconfortável. Muito mais quando nós, eu e as palavras escritas, não temos passado tempo juntas há tanto tempo. 

Intimidade não se impõe, ela simplesmente acontece. É convivência, é tempo. E se eu preciso das palavras e elas insistem em voltar para mim, que assim seja. Uma hora a intimidade aparece e o desconforto diminui e a leveza aparece, seja nas palavras, seja no peso do peito. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Política da boa vizinhança

A questão está mais relacionada ao bom senso do que qualquer outra coisa. Se você é fumante, não fume pela janela do seu apartamento ou varanda.

Diversas vezes tivemos que fechar as janelas pelo cheiro do cigarro do vizinho do andar de cima, não só o cheiro mas a conversa que parece estar acontecendo dentro do nosso próprio apartamento.

Eu acredito que essa coisa de "nem todo não-fumante se incomoda com o cheiro" é lorota, mas se for verdade, que seja então pelo meu direito e liberdade que você passe a fumar dentro de casa (ou fora da minha).

O seu espaço, a sua liberdade, termina onde começa o meu espaço, a minha liberdade, o meu direito.

Seja pela minha bronquite ou pelas roupas que tirei do varal cheirando a cigarro, se você é fumante, não fume pela janela do seu apartamento ou varanda.