Mas ainda assim eu quero tentar que seja como antes. Preciso despejar palavras e esvaziar meu peito. Mesmo que elas saiam confusas, soem estranhas. Eu preciso me livrar de pensamentos que só vão embora através de palavras escritas. E não me agrada que seja assim, preferia, hoje, que houvesse outra maneira. Alguma forma confortável de esvaziar a mente.
Mas se abrir é desconforto. Assumir fraquezas e dúvidas só pode ser desconfortável. Muito mais quando nós, eu e as palavras escritas, não temos passado tempo juntas há tanto tempo.
Intimidade não se impõe, ela simplesmente acontece. É convivência, é tempo. E se eu preciso das palavras e elas insistem em voltar para mim, que assim seja. Uma hora a intimidade aparece e o desconforto diminui e a leveza aparece, seja nas palavras, seja no peso do peito.