sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crepúsculo, não!

A trama começa como qualquer outro romance. O casal principal se encontra e o livro prossegue comentando o efeito de Edward sobre Bella, mesmo que, até então, o contato deles seja mínimo. Ela se encanta com ele quando o vê pela primeira vez.

Em determinado momento, não muito distante do ínicio do livro, Edward adverte sua presa sobre o fato de que qualquer proximidade entre eles é uma decisão errada. Que o melhor para ela é não ter contato com ele, nunca. Ele afirma que pode muito bem ser o vilão e não o mocinho da história, com essas exatas palavras.

No decorrer da história, Bella descobre os reais motivos pelos quais Edward tanto afirma ser uma ameaça à segurança dela, mas, ainda assim, por ele ser *insira aqui um dos vários elogios usados para defíni-lo ao longo do livro*, Bella decide que, independente do que ele seja, mesmo que um monstro, ela não se importa. Ela escolhe por não temê-lo. Porque, também, a idéia de não tê-lo por perto a consome como se sua vida fosse realmente acabar caso ele não estivesse mais ali.

Ao se envolver inconsequentemente com Edward, ela coloca não apenas sua própria vida em risco, mas também de seu pai e mãe. Após se tornar parte de uma brincadeira de caça ao rato para aquele que seria um vampiro do mal, Bella quase morre, sendo apenas livrada do veneno que a transformaria em vampira para que a trama não acabe ai.

Edward diz que a partir daquele momento ela é a vida dele. Que ele jamais permitirá que algo ruim aconteça com ela. Até que na segunda parte da saga ele a abandona em Forks, "para seu próprio bem". Abandona-a enquanto ela continua sendo caçada por vampiros do mal e também coloca, sozinha, a própria vida em risco. Faz isso em uma tentativa de chamar atenção daquele que escolheu deixá-la.

Stephenie Meyer teve a capacidade de escrever um "conto de fadas" no qual tudo se encontra às avessas. Aquele que representa uma ameaça à vida da personagem principal é por quem ela se apaixona de forma completamente avassaladora. Aquele que se mostra diariamente preocupado com sua segurança e felicidade é por quem ela é incapaz de sentir nada mais além de plena amizade.

Pela primeira vez em seus livros, Meyer é capaz de escrever algo real e não distorcido, quando o mocinho sofre pela falta de reciprocidade da mocinha, porque a mocinha busca, na verdade, o amor daquele que oferece risco à sua vida, aquele que a abandona a própria sorte, aquele que a deixa para trás. Quanto mais apanha, mais quer. Genial.

Quando Bella tem que escolher entre ficar ao lado daquele que esteve ao seu lado o tempo todo, quando ela egoístamente (palavras da autora) manteve sua companhia por saber que sem ela voltaria ao estado depressivo em que ficou ao ser abandonada ou ir até a Itália para salvar a vida daquele já muito citado, ela decide por (também) abandonar Jacob e correr para que Edward não seja assassinado pelos vampiros que se encontram em Roma.

Se fosse apenas uma história, mais um livro, mais um filme, eu jamais me daria o trabalho de lê-lo e ainda mais redigir críticas à respeito, mas, tendo o efeito que tem sobre meninas adolescente (e não tão adolescentes), é impossível ignorar a quantidade de absurdos passados pela saga.

Então, por favor, absorvam cada "ensinamento" passado de forma contrária. Não se envolva com quem representa malefícios; em momentos cruciais não abandone quem esteve ao seu lado sempre cuidando de você; sua vida não acaba quando um relacionamento acaba; não escolha o que gosta de você só porque ele gosta de você, mas, com certeza, não escolha o que não gosta.

E eu paro por aqui, ler a outra metade da saga seria um esforço grande demais para o qual nem minha vontade de ter mais críticas a serem feitas aguenta.

domingo, 1 de maio de 2011

A Dog's Purpose

O livro, que em português teve o nome convertido para 4 vidas de um cachorro, se trata de um cachorro buscando entender qual é o seu propósito de vida. O que o título brasileiro entrega são as mortes e renascimentos que o cachorro enfrente durante o livro.

Em cada uma de suas vidas esse cachorro, Bailey, aprende novas lições que o ajudarão em sua vida seguinte, mesmo que em dado momento ele ainda não saiba. O que chama atenção para esse livro, muito mais nessa época com diversos livros sobre cachorros/animais, é que a narrativa toda é feita pelo cachorro em questão.

Como um animal doméstico enxerga as situações a seu redor, desde os cheiros, os sentimentos das pessoas, os outros animais até, principalmente, as atitudes humanas.

W. Bruce Cameron, escritor consagrado pelo New York Times, foi capaz de transparecer os sentimentos daqueles que consideramos nossos melhores amigos. Indicado para donos de cachorros que não temem se apaixonar ainda mais por seus animais. Como o subtítulo original diz: Um livro para humanos.

Como qualquer livro envolvendo relações sentimentais (já que não é possível ter a companhia de um cachorro e não amá-lo), o fim parece triste, mas mesmo derramando lágrimas, não é. O que não impediu o autor de levar seus leitores a chorarem (no meu caso apenas uma vez) em meio a leitura do seu livro.

Terminei o livro apaixonada pelo Bailey e, melhor do que tudo, ainda mais apaixonada pela minha própria companheira canina.