Ela partiu. Partiu sem ao menos olhar para trás uma última vez, como se tudo vivido entre eles até aquele momento já não importasse mais. Ele ficou, toda a indiferença que ela demonstrou ele passou a carregar nos dias que se seguiram.
Ele gostaria de culpá-la, mesmo sabendo que fazê-lo não mudaria sua dor, não faria a decisão dela ser esquecida e tudo voltar a ser o que era. Depois de um fim nada é igual. Ela escolheu acreditar que todo fim é um novo começo. Ele se perdeu entre o começo e o fim.
Deitado, acordado madrugada adentro, sabe que ela dorme, como um anjo, como se todo o passado tivesse sido não só apagado, mas esquecido. Sente sua insônia como se ela dormisse o sono dos dois. Ela está livre, ele se vê preso ao tempo.
Ele perdeu o melhor pedaço de si mesmo, ela encontrou um pedaço melhor para completá-la, alguém capaz de priorizá-la e, acima de tudo, amá-la como ele não foi capaz.
Pedaços são assim, pessoas são assim, diferentes. Ele segue enquanto ela vive, jamais haverão palavras capazes de tornar a dor suportável ou o fim aceitável, pessoas e pedaços só fazem sentido quando juntos.
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Breakeven - The Script
Não vou dizer que seus textos são incriveis, isso seria repetitivo. Vou só dizer que esse texto é mais inédito ainda pelo simples fato de, na maioria dos casos, "ela" seguir enquanto "ele" vive. É bom saber que todos somos capazes de apagar o que nos faz mal. :)
ResponderExcluirNão! Somos, mesmo que sozinhos.
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